Cidade de Atlântida “emergiu” no mar do norte, será?
Os cientistas britânicos descobriram a lendária Atlântida. Eles
afirmam que há oito mil anos entre a Dinamarca e a Escócia existiu um
país, em que se erguiam cidades, vivia gente. Mas a mudança global do
clima fê-la abandonar os seus lares e a terra firme sumiu-se mais tarde
nas águas do mar do Norte.
Foram os mergulhadores de uma companhia petrolífera, que explora o
espaço aquático da plataforma continental, que encontraram o “mundo
naufragado”. Eles acharam arpões, instrumentos de silício, outeiros
antigos e mostraram os seus achados aos especialistas da Universidade de
Saint Andrews. Os cientistas manifestaram a suposição de que outrora aí
viviam dezenas de milhares de pessoas. Este trecho ligava a Escócia à
Dinamarca e foi absorvido pelas águas em resultado de um cataclismo
natural, que talvez fosse um tsunami. Aliás, é também possível que a
população local saísse daí por causa da alteração do nível do Oceano
Mundial, provocada por processos climatéricos.
A versão dos britânicos desperta grandes dúvidas, afirma
Andrei Velichko, chefe do laboratório da geografia evolucionária do
Instituto de Geografia junto da Academia de Ciências Russa.
“No mar do Norte não houve descidas tão bruscas do fundo ou da
terra. Mas na época do máximo da glaciação aí se deu a regressão do
oceano. O seu nível baixou 130 metros. Mas não existe nenhuma prova
disso, salvo a extensão das geleiras pelo espaço aquático que secava. A
última etapa deste processo ocorreu há cerca de 20 mil anos, enquanto
que a data de existência da Atlântida, encontrada lá, é de cerca de 8
mil anos. Portanto, trata-se de um fenômeno totalmente diferente.”
No entanto, os cientistas britânicos estão cheios de
entusiasmo. O catedrático Richard Bates da Universidade de Saint Andrews
afirma que a Atlântida, encontrada no mar do Norte, ocupava uma área de
800 mil quilómetros quadrados e que a sua parte central era mais ou
menos igual ao território da França. Os cientistas chegaram a fazer um modelo
da flora e da fauna do país afundado. Acham que as condições de vida
neste país eram muito confortáveis. Os especialistas pretendem
restabelecer proximamente a configuração deste território com ajuda da
tecnologia de modelação computadorizada.
Os pesquisadores empenham-se dezenas de anos na busca da Atlântida. Surgiu, inclusive, uma disciplina científica especial
– a “atlantologia”, que reúne e sintetiza quaisquer informações sobre a
Atlântida. No mapa-múndi existem pelo menos quinze pontos, em que se
encontrava, supostamente, o misterioso continente. Pode-se apontar, como
exemplos, o espaço aquático entre a Espanha e o Marrocos, as ilhas
Baleáricas, a região de Ilhas dos Açores, o arquipélago de Canárias, o
mar Negro, os Andes e o Brasil. De acordo com uma outra versão a
Antártida é precisamente a Atlântida desaparecida. O autor desta última,
o escritor inglês Graham Hancock, afirma no seu livro Os vestígios dos deuses que
a Antártida teria se deslocado para a região do pólo Sul em resultado
de um deslocamento litosférico. Antes disso, ela se encontrava mais
perto do equador e não estava coberta com os gelos. Tinha o clima
quente, flora e fauna ricas, estava povoada, no seu território havia
numerosas cidades, algumas das quais se vêem nas fotografias,
feitas a partir de satélites. Mas esta suposição contradiz os conceitos
científicos sobre os deslocamentos geológicos dos continentes.
É também possível que a Atlântida seja tão somente um ,
cujo autor é filosofo da Grécia antiga Platão. Foi precisamente ele o
primeiro a falar nos seus diálogos da ruína da ilha lendária dos
“atlantes” que tinha descido um dia para o fundo do mar. O famoso
grego apontou, baseando-se em certas lendas, que esta catástrofe
tivesse ocorrido há nove mil anos, isto é, em meados do décimo milênio
a.C. Aliás, nos diálogos de Platão nada se diz sobre o mar do Norte,
onde os cientistas britânicos teriam descoberto o continente lendário. O
filósofo apontava o oceano Atlântico na qualidade de local da ruína da
Atlântida.