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11 de mai. de 2012

Cantores e bandas de uma música só: Versão Brasileira

No competitivo mundo da música, para bandas ou cantores se estabelecerem é preciso, além de talento e paciência, uma boa dose de sorte para se dar bem, cair na boca do povo e consolidar uma carreira ainda incipiente. Mas como todo mundo está careca de saber, a indústria da música é cruel e dificilmente dá uma segunda chance a alguém. Ainda mais em tempos de internet, download, stream e mp3, onde o acesso a novos sons é facilitado por essas ferramentas tecnológicas, é cada vez mais comum um artista lançar uma música de imenso sucesso, tocar em tudo que é rádio, mas logo depois não segurar a onda e acabar caindo no ostracismo. São conhecidos mundialmente como as one-hit bands ou bandas (e cantores) de uma música só.
Cantores e bandas de uma música só: Versão Brasileira
Graças a facilidade para se produzir músicas nos dias de hoje, a concorrência por um lugar no topo das paradas é cada vez mais ferrenha. Óbvio, muito lixo musical sai dessa verdadeira produção em série da indústria da música e se a banda em questão não emplacar um single de sucesso igual ou maior do que o anterior, será simplesmente esquecida em questão de dias pelo mais novo grande sucesso da última semana.


Sucesso Passageiro



Receita mágica para o sucesso não existe, tanto que artistas medianos conseguem emplacar verdadeiros sucessos, enquanto músicos bons ralam a vida toda sem o devido reconhecimento. Como seria uma tarefa inglória listar todos aqueles que fizeram apenas uma música de sucesso e depois caíram na sarjeta do esquecimento, vamos nos ater aos cantores e bandas brasileiros do fim dos anos 90 pra frente, época do florescimento do MP3. Enjoy it!


P.O. Box – Papo de Jacaré: a música estourou em 1999, nos primórdios do MP3. Talvez seja por isso que o disco dos caras vendeu tanto, sustentado exclusivamente pelo popzinho que todo mundo sabia a letra de cor, falando sobre as desventuras de um cara em conquistar uma bela moça nerd. Depois dessa música, nunca mais se ouviu falar da banda.


Akundum – Emaconhada: o reggae metido a engraçadinho, discorrendo sobre a descoberta da ‘erva danada’ por uma ingênua menina, foi o único sucesso da banda Akundum, pelos idos de 1998. E parou por aí.


Virgulóides – Bagulho do Bumba: mesclando o rock com elementos do samba, os Virgulóides tinham como característica o humor e o sarcasmo em suas letras. A música Bagulho do Bumba estourou nas rádios em 1997 com seu ritmo e letra fácil de cantar, mas a criatividade do grupo ficou concentrada só nela: depois de tentar lançar mais 2 discos, sem sucesso, o grupo se desfez em 2001.


As Meninas – Bom Chibom Chibom Bom Bom: não se deixe enganar pelo título esdrúxulo da música: por incrível que pareça, existe uma forte crítica social na letra, apesar de intercalada pelos grudento refrão. No começo do século XXI, todo mundo dançava essa música, mas tente lembrar de alguma música d’As Meninas depois disso.


Rouge – Ragatanga: primeiro grupo musical brasileiro formado a partir de um reality show, o Rouge foi um fenômeno de popularidade no Brasil graças à música Ragatanga, que ajudou as meninas a venderem a impressionante marca de 1,5 milhão de cópias de seu disco de estréia. Podem até falar que os 6 milhões de discos vendidos até o fim do grupo, em 2006, não caracterizam exatamente um grupo de uma música só, mas dou uma mariola para quem apontar outra música do Rouge a alcançar o sucesso semelhante de Ragatanga.


Kelly Key – Baba: a moça foi casada com o Latino e achou que seria uma boa idéia fazer música igual ao do marido. O resultado é que o Brasil foi presenteado com a canção Baba, um pop daqueles bem grudentos mas que marcou as matinês por volta de 2002. Depois que o sucesso passou, só se ouve falar de Kelly Key fazendo shows em palcos menos famosos ou dando piti neles.


Vanessa Rangel – Palpite: a música embalou muitos corações apaixonados, impulsionada por ter sido incluída na trilha sonora da novela global Por Amor, em 1997. A cantora era autora das próprias músicas interpetadas, mas ela abandonou a carreira para voltar a ser advogada.


Banda Carrapicho – Tic Tic Tac: o grupo já fazia grande sucesso no Amazonas desde a década de 80, mas foi em 1996 o grande estouro da banda, com a música Tic Tic Tac, uma mescla de forró com ritmos amazônicos, que ganhou o Brasil e até a Europa. O grupo continuou fazendo sucesso nos anos subsequentes, mas sem o mesmo apelo de outrora.


Luka – Tô nem Aí: mais uma música que contou com ajuda da televisão para emplacar no Brasil. No caso, Tô nem Aí fazia parte da trilha sonora de malhação em 2003 e foi escolhida até como Melhor Música do Ano, no Domingão do Faustão. Mas foi só: depois disso, nunca mais se ouviu falar de Luka.