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17 de fev. de 2012

Sorria!... E viva feliz!



“VÁ LÁ. VOCÊ É AMIGO."
        
Uma “captura”, depois de dar “batidas” em Campinas, veio até Xangrilá. Jogava-se a “campista” e o “bacarat” na chácara do Sr. Francisco C., gentilmente cedida. Era “benefício”, mas a turma paulistana cercou a casa e “pegou” muita gente. Houve quem levasse, no peito, escapando, até cerca de arame farpado... Mas quase todos fizeram fila; tinham que pagar a multa e assinar o auto de infração.
O delegado C.C. e mais um investigador, procediam à verificação do dinheiro e tomavam as assinaturas.
Um senhor respeitável, que na fila aguardava sua vez, dizia ao cidadão da frente:
- Que vou fazer? Dar meu nome? Que dirão meus filhos?
- Qual, homem! Faça como vou fazer, disse o outro. Assina um nome qualquer.
Mas, diante do C.C., o velhote só pode arrumar um nome. E assinou: “Deodoro da
Fonseca”!...
Punha-se já para fora, quando o cupincha-fiscal, depois de examinar a assinatura, gritou para o homem:
- Velhinho! Venha cá. Você esqueceu de botar aqui o “Marechal”, na frente...


A FORÇA DOS VOCÁBULOS

Foi no ano de 1948. O Antonio B. era vereador, mas não dava o ar da graça nas sessões.
Faltava seguidamente, o que motivou indagações de amigos que lhe tinham dispensado voto:
- Que diabo! Você não aparece na Câmara! Por que motivo?
- Aquilo está uma avacalhação! Estou a esperar que melhore...
- Como assim?
- Ora. As sessões são ordinárias. E, quando não são desta espécie, são extraordinárias,
o que é pior. Logo, vocês hão de convir, que devo esperar pelas melhoras...


CÁLCULO PORTUGUÊS

Joga-se uma “caxeta braba” no “Tênis”. Os que haviam sido eliminados, deixaram a mesa. O Gentilino e o Cardarelli, esperavam pela decisão dos finalistas, os portugueses Francisco E. S. e Francisco L.. Quarenta “mangos” deveriam ser disputados, “livres de geada”. Foi, então, que o Francisco L. propôs:
- Chico. Vamos rachar? Vinte para cada um? Aí, começa-se outra...
- Nada de “rachaire” – respondeu o Chicão. Tu é um amigo... bamos bazeire o seguinte.
Quem perder ganha binte. Que tali?

VITÓRIA DO SILÊNCIO

Na grande festa que o casal João A. ofereceu aos seus amigos, por motivo de suas bodas de prata, enquanto se bebia e se comia à farta, batia-se também o papo.
Sinhô (Octávio de M.), o mais novo agente da “Deltec”, procurava convencer o Sr. João A. a comprar algumas ações daquela importante organização de investimentos. E tanto falou que misturou todos os argumentos. Foi assim que me contou:
“ – Olha. A certo ponto, estava tão embrulhado, que nem eu entendia o que falava. Então, chamei o Carlinhos (Antonio Carlos Q.), que como você sabe é o representante geral da Deltec. O Carlinhos, então, encheu o João A. de conversa. Eu, só escutava. Não entendia nada. Resultado:
- É. – Interrompi. Qual foi o resultado?
“- Acabei comprando um terreno do João A. e o Carlinhos, outro... “

O GOLPE DO ALFAITE

Na Revolucção Constitucionalista de 1932, o Batalhão Xangrilá estava pronto para seguir rumo às barrancas do Rio Grande. Os voluntários, bem dispostos, em frente do quartel (antigo préido da Escola Normal) passavam pela última revista.
J. Cândido, velho morador de Xangrilá, nomenado sargento pelo Capitão Manoel da S. M. , examinava atentamente o fardamento e a equipagem dos seus soldados, quando, no último pelotão, um recrutazinho, o cerra-fila, estava coberto de divisas. Por algum tempo, ficou encabulado, não sabendo como se dirigir ao soldadozinho. Enfim, arriscou:
- O senhor poderia me informar qual o seu grau militar neste batalhão?
- Recruta, senhor Sargento.
Aí, Zé C. quase que explodiu de raiva:
- Como o senhor, me explica, então, estas trinta divisas nas mangas da túnica^
- Muito fácil. O alfaiate cobra a mil réis cada uma. Eu dei trinta... ta certo?

LÓGICA DO MATUTO

Aconteceu bem antes das últimas eleições municipais de 1955, em Xangrilá. A residência do candidato a vice-prefeito, o Dr. O. Z., causídico de grande clientela, afluíam numerosas pessoas, de todas as classes sociais. Tanta gente, às vezes, que muitas pessoas, as mais simples, aguardavam para falar ao advogado e político, sentadas nas calçadas, porque não havia mais lugar no interior de seu gabinete e no alpendre que dá para a rua.
Por isso, ficou muito admirado certo matuto que por ali passara (Rua 13 de maio, esquina da Alagoas). Foi ao empório de outra esquina e perguntou ao seu proprietário, o Sr. F. L.:
- Sô moço: mecê pode me faze o favo de me dize quem mora nessa casa que ta um mundão de gente?
- É o Dr. O. Z.– respondeu o Sr. L.. Queria falar com ele?
- Queria, mas não é com ele.
- Com quem o Sr. queria falar?
- Não. Num é isso. Eu pensei qui o Padre de Tambaú * tava aí... tanta gente!...

(*) Donizzette,que tantos milagres realizou. O povo sempre cercava-lhe a casa.

“QUE BESTA SOU...”

O primeiro automóvel movido a gazogênio que apareceu em Catiguá, foi em 1942. Said Faraj, seu proprietário, residia lá. Que sucesso causou na vila, quando o Faraj, aprumado numa elegante roupa, parou o veiculo, em casa, bateu a porta e foi para o almoço! Olhou para trás e duas dezenas de curiosos já cercavam o “29”, e faziam comentários:
- Como pode andar sem gasolina?
E o outro:
Qual! Isso não anda.
Vai daí, depois de muito tempo, o Said veio de dentro, entrou no carro e endireitou-se no
acento. Os curiosos, esperavam. Queriam ver o auto sair. Deu a partida. Nada. Outra vez, nada.
Cinco, seis, dez. Acabou-se a carga do acumulador. Desenxabido, o Said pede ajuda. Os homens empurraram o carro rua abaixo. Nada de pegar. Tornarama empurrar pela subida. Nada. Já começavam a falar mal do saudoso Dr Fernado Costa, quando um amigo de Faraj chegou, admirou-se de ver tanta gente cansada e perguntou-lhe que havia.
- Essa geringonça não quer funcionar – respondeu.
- Desse jeito não funciona mesmo, Said.
- Porque?
- Porque não acenderam o carvão...
- Anh!

CENA MUDA DO RISO

No findar alegre de 1955. Um grupo de amigos, entre os quais Silvério M. Neto, João G. C. e Walter P., lembravam, ao aperitivo, certas piadas desconcertantes envolvendo a muitos dos nossos políticos. As vítimas, criadas pelo espírito hilariante do brasileiro, desfilavam, deixando atrás estrondosas gargalhadas. As figuras de Porfírio e Adhemar, puxaram o cordão do riso, não se deixando mesmo a escapar as personalidades venerandas de Getúlio e Dutra.
Quando o repertório parecia esgotado, alguém ponderou:
- É verdade. Não se fez ainda uma piada do Jânio...
- Pra que isso? – obtemperou o João C.. Já não foi publicada a fotografia dele nos jornais?
 

     Humoristas brasileiros em Miami

     HOMENAGEM AOS HUMORISTAS BRASILEIROS QUE MORRERAM

 

     Atores que já morreram da praça é nossa

     PRAÇA DA ALEGRIA - Manuel de Nóbrega (anos 70)

     ODORICO PARAGUAÇU na Escolinha do Prof. Raimundo (1992)