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21 de fev. de 2012

Foguetes no Antigo Egito?


Uma peça de formato estranho, cheia de curvas e recortes, tem intrigado os estudiosos desde sua descoberta por arqueólogos em 1936. É importante dizer que esse objeto foi encontrado – entre outros “objetos de cobre incomuns” – na tumba do príncipe herdeiro Sabu, filho do rei Adjib da 1ª. Dinastia. Portanto, é certo que ele foi colocado ali por volta de 3.100 a.C., e assim, poderia ser mais antigo, mas certamente não mais recente do que aquela data.
Relatando as descobertas em Sakkarah (um pouco ao sul das Grandes Pirâmides de Gizé), Walter B. Emery (Great Tombs of the First Dynasty) descreveu o objeto como “um recipiente de xisto em forma de tigela” e acrescentou que “não foi apresentada nenhuma explicação satisfatória para o estranho formato dessa peça”. O objeto foi feito de um único bloco de xisto – uma rocha muito quebradiça que facilmente se separa em camadas finas e irregulares. Se fosse colocado em uso, o objeto logo teria se quebrado. Assim, essa rocha em particular deve ter sido escolhida por ser o material adequado para se esculpir uma forma muito incomum e delicada, como meio de preservar o formato e não de utilizar a peça. Isso levou outros estudiosos, como Cyril Aldred (Egypt to the End of the Old Kingdom), a concluírem que o objeto de pedra “possivelmente imita uma forma que originalmente era de metal”.
Mas que metal poderia ter sido usado no quarto milênio a.C. para produzir esse objeto, que processo de polimento de precisão, que metalúrgicos especializados estariam disponíveis para criar um design tão delicado e complexo em termos estruturais? E, acima de tudo, com que propósito?
Um estudo técnico do formato peculiar do objeto lançou pouca luz sobre seu uso ou origem. A peça redonda, com cerca de 60 centímetros de diâmetro e menos que 10 centímetros em sua parte mais espessa, foi obviamente feita para se ajustar a uma haste e girar em torno de um eixo. Seus três recortes, seguindo uma curva incomum, sugerem uma possível imersão num líquido durante a rotação.
Depois de 1936, nenhum esforço foi feito para se decifrar o enigma. Porém, sua possível função acorreu a minha mente em 1976, quando eu lia uma revista técnica onde eram mostrados os desenhos de um revolucionário tipo de volante desenvolvido na Califórnia e ligado ao programa espacial americano. O volante, preso à haste giratória de uma máquina ou motor, vem sendo usado há menos de dois séculos como um meio de regular a velocidade de maquinaria, bem como para acumular energia para um único arranco, como nos compressores de metal (e, mais recentemente, na aviação).

Via de regra, os volantes têm apresentado as bordas espessas, pois a energia se acumula na circunferência da roda. Contudo, por volta de 1970, os engenheiros da Lockheed Missile & Space Company inventaram um modelo completamente diferente – uma roda de bordas leves -, afirmando que ele é mais adequado para economizar energia em trens de transporte de massa ou para armazená-la em ônibus elétricos. A Airesearch Manufacturing Company continuou as pesquisas e desenvolveu um modelo desse volante – que não chegou a ser aperfeiçoado – hermeticamente lacrado dentro de uma carcaça cheia de lubrificante. O fato de esse volante revolucionário ser muito parecido com o objeto de 5 mil anos descoberto no Egito é impressionante, mas torna-se ainda mais espantoso quando se descobre que essa peça, encontrada numa tumba de 3.100 a.C., é semelhante a uma parte do equipamento ainda em desenvolvimento no ano de 1978!

Adaptado de :vigilialarosadelosvientos