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22 de jan. de 2012

Retrospectiva do Terror: As Primeiras 4 Décadas




Stephen King certa vez afirmou: "Filme de terror é um gênero fora-da-lei". De fato, muitos temem entrar neste universo um tanto macabro e desconhecido, talvez por medo, talvez por preconceito, talvez por temer a curiosidade natural do ser humano pelo não tão belo e perfeito. Independente do motivo, há quem fuja do horror - independentemente sobre que forma de arte ele se apresente.

Contudo, este universo está tão arreigado a nossa evolução, que é impossível de não esbarrar com ele vez em quando. Melhor que seja de forma voluntária e na frente de uma tela plena, bem protegido, não é mesmo?
Na postagem anterior eu apresentei o primeiro filme de terror feito - há 114 anos atrás. Então, para não perder o gancho, pensei: “Porque não fazer uma retrospectiva do gênero?” Desta forma, criei 7 postagens para contar um pouquinho da evolução do horror através das décadas.
 
Começarei falando do período de 1900 a 1940.

O primeiro marco do cinema terror foi a película de George Méilès. Todavia, não apenas este é considerado como pioneiro; Em 1910 nasce Frankenstein de Thomas A. Edison (sim, o inventor). Filme completo abaixo:


Todavia, foi somente em 1919 que o terror ganhou seu primeiro longa-metragem: O Gabinete do Dr. Caligari. Este filme é um verdadeiro clássico do gênero e referencial absoluto para muitas futuras obras. O status de obra-prima do horror é justo, eis que inaugurou o expressionismo alemão (filme completo abaixo).



Entrando na década de 20, os filmes de terror continuam na sua atmosfera do sobrenatural e fotografia gótica. Com o surgimento do expressionismo alemão, já mencionado, nasce uma das obras-mor da categoria: Nosferatu (1922). O qual foi a primeira adaptação do romance Drácula, de Bram Stoker, com direção de F. W. Murnau (filme completo abaixo).


Com o gênero estabelecido, também se estabelece a presença de um grande astro: Lon Chaney, conhecido como “o homem de mil faces”. Um de seus papéis mais expoentes foi na filmagem de 1923 de O Concurda de Notre Dame (filme completo abaixo):


Em 1925, Lon Chaney interpretou Erik o fantasma desfigurado da clássica história O Fantama da Ópera (filme completo abaixo):



Ainda nos anos 20 um famoso e curioso pintor fez sua inserção como diretor; Salvador Dalí uniu-se com o cineasta Luiz Bruñel para criarem uma das obras mais obscuras, experimentais e nascente do Surrealismo: Um Cão Andaluz (filme completo abaixo). A película não possui uma ordem cronológica certa ou mesmo uma história seqüencial. Há quem diga que se trataria de uma viagem pela mente perturbada de um assassino; Outros garante que são imagens e sonhos de seus dois idealizadores. O certo é que a obra enamora-se pelo bizarro.


Detalhe, a cena do olho é uma das mais emblemática do cinema

Entrando na década de 30, temos uma revolução nas histórias contadas; Estas passam a circular nas lendas européias sobre vampiros, cientistas loucos e aristocratas insanos. Foi neste período que nasce um dos maiores e mais atuantes astro do horror: Bela Lugosi. O húnguro fez sua fama no papel da personagem negada a Murnau: O Drácula (1931). Com o sucesso da película, vieram algumas continuações.


Frankenstein foi a próxima lenda a ser retratada pelo cinema. Agora, o ator era Boris Karloff. Além daquele e de A Noiva de Frankenstein (1935 – vídeo a seguir), Karloff também participou de A Múmia.


Vale mencionar que em 1932 foi produzido o polêmico Freaks. Tod Browning aterrorizou platéias colocando no elenco pessoas com deficiências físicas, chamadas de “aberrações”. Há no máximo cinco atores que não possuem deficiência, o resto do elenco é composto por anões, um homem sem braços nem pernas, microencefálicos, e tudo mais que vocês não conseguem imaginar. O que causou um alvoroço sem tamanho. A reflexão do filme é bem pungente em demonstrar que são os reais “monstros”.


O ostracismo da década de 40, graças à segunda guerra mundial, rendeu poucos títulos do gênero – o horror já estava na realidade da guerra.  Destaco: O Retrato de Dorian Gray (1945), adaptado do livro de Oscar Wilde.



Espero que tenham gostado da retrospectiva