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6 de jan. de 2012

Hino Nacional brasileiro

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Introdução

A letra do Hino Nacional Brasileiro foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927) e a música, composta por Francisco Manuel da Silva (1795 – 1865).
Osório Duque Estrada e Francisco M. da Silva, autores do Hino.
Escrita em 1909, não é de se admirar que a letra do nosso Hino tenha um estilo bem diferente do estilo atual de literatura, com palavras e expressões que já não se usam hoje em dia e que, por isso, são desconhecidas da maioria das pessoas. Além disso, o poeta colocou as palavras em ordem inversa, o que também confunde os leitores atuais. A finalidade deste artigo é precisamente “traduzir” a letra para uma linguagem atual, evitando, assim, que ela seja cantada sem o entendimento do seu verdadeiro significado. Considerado, por unanimidade, um dos mais belos do mundo, é justo que os brasileiros tenham do seu Hino uma perfeita compreensão.

Inspiração e letra

Para escrever a letra do nosso hino, Duque Estrada inspirou-se na independência do Brasil, proclamada pelo príncipe Dom Pedro, no dia 7 de setembro de 1822. Ei-la, na íntegra:


PRIMEIRA PARTE


Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!



SEGUNDA PARTE


Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida,”
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó pátria amada,
idolatrada,
Salve! Salve!.

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Explicação

PRIMEIRA PARTE
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Versão livre

Vindo das margens calmas do riacho Ipiranga, ouviram o grito sonoro de um povo heroico e o sol da liberdade, em raios cintilantes, brilhou no céu da pátria nesse instante.

Interpretação

O poeta está se referindo ao grito “Independência ou Morte!”, dado pelo príncipe Dom Pedro, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, na tarde do dia 7 de setembro de 1822. Ele interpreta o grito do príncipe como o grito do próprio povo brasileiro (“o povo heroico”) e diz que, a partir daquele instante, o sol da liberdade brilhou no céu do Brasil – referindo-se à libertação do domínio de Portugal.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Versão livre

Se conseguimos conquistar, com nosso braço forte, a garantia dessa igualdade, agora, livres, nosso peito desafia a própria morte.O refrão dispensa explicações.
Interpretação
O poeta quis dizer que, se com a nossa luta, conseguimos ser tão livres quanto Portugal, nosso peito, entusiasmado, desafia até a própria morte.
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Versão livre

Oh, Brasil, um sonho intenso, um raio brilhante de amor e de esperança desce à terra, pois em teu formoso céu, alegre e límpido, brilha a imagem da constelação do Cruzeiro do Sul.
Interpretação
Dirigindo-se ao povo brasileiro, Duque Estrada  diz que uma bênção de amor e de esperança desce à nossa terra, porque em nosso belo céu, formoso e límpido, brilha a constelação do Cruzeiro do Sul – símbolo do cristianismo.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Versão livre

Gigante feito pela própria Natureza, tu és belo, forte, corajoso, colossal e o teu futuro reflete essa grandeza! Entre outras mil terras, tu és nossa terra adorada! Dos que nasceram em teu solo, tu és mãe carinhosa, pátria amada, Brasil!
Interpretação
O poeta faz aqui um rasgado e entusiasmado elogio às terras brasileiras. Refere-se ao nosso País como um gigante forjado pela própria Natureza (o Brasil é um dos maiores países do mundo, em extensão territorial), chama-o de belo, forte, corajoso e afirma que essa grandeza terá reflexo no futuro grandioso que está reservado à nossa Nação. Diz ainda que, entre milhares de outras terras, o Brasil é a nossa pátria adorada, mãe carinhosa de todos os que aqui nasceram.

Vocabulário da primeira parte


Ipiranga: riacho de São Paulo, às margens do qual D.Pedro proclamou a independência do Brasil.
Plácidas: calmas, tranquilas.
Brado: grito.
Retumbante: som que se espalha com grande ruído.
Fúlgidos: que brilha, cintilante.
Penhor: garantia
Idolatrada: cultuada, amada.
Vívido: intenso
Límpido: puro, que não está poluído

Cruzeiro: constelação do Cruzeiro do Sul.

Resplandece: que brilha, ilumina.
Impávido: sem medo, corajoso
Colosso: gigantesco, enorme.
Espelha: reflete
Gentil: generosa, carinhosa, acolhedora.


Introdução

A letra do Hino Nacional Brasileiro foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927) e a música, composta por Francisco Manuel da Silva (1795 – 1865).
Osório Duque Estrada e Francisco M. da Silva, autores do Hino.
Escrita em 1909, não é de se admirar que a letra do nosso Hino tenha um estilo bem diferente do estilo atual de literatura, com palavras e expressões que já não se usam hoje em dia e que, por isso, são desconhecidas da maioria das pessoas. Além disso, o poeta colocou as palavras em ordem inversa, o que também confunde os leitores atuais. A finalidade deste artigo é precisamente “traduzir” a letra para uma linguagem atual, evitando, assim, que ela seja cantada sem o entendimento do seu verdadeiro significado. Considerado, por unanimidade, um dos mais belos do mundo, é justo que os brasileiros tenham do seu Hino uma perfeita compreensão.

Inspiração e letra

Para escrever a letra do nosso Hino, Duque Estrada inspirou-se na independência do Brasil, proclamada pelo príncipe Dom Pedro, no dia 7 de setembro de 1822. Na edição anterior, tratamos da primeira parte do Hino. Eis agora a segunda parte.
SEGUNDA PARTE
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao Sol do Novo Mundo!

Versão livre

Repousando no continente americano, ao som do mar e sob a luz de um céu infinito, brilhas, ó Brasil, ornamento da América, iluminado ao Sol do Novo Mundo.

Interpretação

Muita gente critica o primeiro verso dessa estrofe, “Deitado eternamente em berço esplêndido”, alegando que ele dá a impressão de que o Brasil é um país de preguiçosos. No entanto, o “berço esplêndido” ao qual o poeta se referiu é a América do Sul, onde o Brasil repousa

, ao som das ondas do Oceano Atlântico e sob a luz de um céu azul profundo. Ele diz que nossa Pátria brilha como o ornamento principal (florão) da América, iluminado ao Sol do Novo Continente (as 3 Américas, chamadas de “Novo Mundo”, em contraposição à Europa, o “Velho Mundo”)
Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida,”
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó pátria amada,
idolatrada,
Salve! Salve!.

Versão livre

Teus campos alegres e lindos têm mais flores do que os campos da terra mais florida; nossos bosques têm mais vida e nossa vida, dentro de ti, tem mais amores. O refrão dispensa explicações.

Interpretação

Mais elogios ao Brasil, onde o poeta afirma que os campos são mais belos do que os mais belos campos de outras terras, que os nossos bosques têm mais vida e que a nossa vida, aqui, tem mais amores. As passagens “Nossos bosques têm mais vida,” “Nossa vida” e “mais amores” são citações feitas por Duque Estrada do poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. Por isso aparecem, corretamente, entre aspas.
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Versão livre

Ó Brasil, que estandarte estrelado que exibes seja um símbolo de amor eterno e que o verde e amarelo desta bandeira simbolize paz no futuro e glória no passado. Mas, se entrares numa guerra justa, verás que um brasileiro não foge da luta e quem te adora não teme a própria morte. Entre outras mil terras, tu és nossa terra adorada! Dos que nasceram em teu solo, tu és mãe carinhosa, pátria amada, Brasil!

Interpretação

Aqui se encerra a letra do nosso Hino. O poeta faz votos para que a bandeira estrelada do Brasil seja um símbolo de amor eterno e que as suas cores verde e amarela signifiquem paz no futuro e glória no passado. Diz ainda que, se o País entrar em guerra, verá que os seus filhos não fugirão da luta, porque que quem o adora não teme a própria morte.

Vocabulário da segunda parte

Fulguras: Brilhas, desponta com importância
Florão: (arquitetura) ornamento em forma de flor colocado geralmente no centro de um teto, arco, abóbada etc. (Foto) Joia, preciosidade.


Garrida: florida, enfeitada com flores
Idolatrada: cultivada, amada acima de tudo

Lábaro: estandarte militar usado pelos antigos exércitos romanos.

Ostentas: Mostras com orgulho
Flâmula: Bandeira
Clava: cacete, arma primitiva de guerra, tacape.

Dia do Hino Nacional

É comemorado todos os anos, no dia 13 de abril. A data foi escolhida em homenagem à ocasião em que Dom Pedro I abdicou do trono e a primeira letra do Hino, de autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva (que depois foi substituída), foi cantada pela primeira vez, no cais do Largo do Paço (antigo Cais Pharoux, atual Praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro) no dia 13 de abril de 1831, em desacato ao ex-imperador que embarcava para Portugal.

Curiosidades sobre o Hino

A música do Hino Nacional, composta em 1822, por Francisco Manuel da Silva, tornou-se bastante popular durante os anos seguintes e recebeu duas letras. A primeira foi criada quando Dom Pedro I renunciou ao trono e a segunda, na época da coroação de Dom Pedro II. Ambas as versões, entretanto, caíram no esquecimento. Depois da proclamação da república, em 1889, foi realizado um concurso para escolher um novo Hino Nacional. A música vencedora, entretanto, foi vaiada pelo público e criticada pelo próprio Marechal Deodoro da Fonseca. Esta composição (“Liberdade, liberdade! Abre as asas sobre nós!…”) seria oficializada depois como Hino da Proclamação da República do Brasil e a música de Francisco Manuel continuou como hino oficial.
Somente em 1906 foi realizado um novo concurso para a escolha da melhor letra que se adaptasse ao Hino. O poema vencedor foi o de Joaquim Osório Duque Estrada, oficializado por decreto do então Presidente Epitácio Pessoa, em 1922 e que permanece até hoje.

Epitácio Pessoa

Legislação

De acordo com o Capítulo V da Lei 5.700 (01/09/1971), que trata dos símbolos nacionais, durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio. Civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações. Além disso, é proibida qualquer outra forma de saudação gestual ou vocal como, por exemplo, aplausos, gritos de ordem ou manifestações ostensivas do gênero, sendo estas desrespeitosas ou não.
Segundo a Seção II da mesma lei, execuções simplesmente instrumentais devem ser tocadas sem repetição e execuções vocais devem sempre apresentar as duas partes do poema cantadas em uníssono. Portanto, em caso de execução instrumental, prevista no cerimonial, não se deve acompanhar a execução cantando, deve-se manter silêncio, conforme descrito acima.
Em caso de cerimônia em que se tenha que executar um hino nacional estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro.