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17 de jan. de 2012

Autismo: Uma doença com algumas vantagens



Recentemente, o “Você Sabia?” tratou do autismo, essa doença que aflige tantas famílias no mundo inteiro. Nesta nova edição, voltamos ao assunto, com mais algumas novidades.
O Dr. Laurent Mottron, professor de psiquiatria da Universidade de Montreal, no Canadá afirma que os profissionais de saúde precisam parar de ver as características dos autistas como “defeitos”, porque, assim, não compreendem o problema.
Ele  diz que, em algumas situações, as pessoas com autismo têm vantagens sobre as pessoas comuns. Ele argumenta: “Os dados recentes e minha própria experiência pessoal sugerem que é hora de começar a pensar no autismo como uma vantagem, em certos aspectos, e não como uma cruz para carregar ou um defeito para corrigir”.

Exemplos
Por exemplo, quando os pesquisadores percebem que a ativação em regiões do cérebro das pessoas autistas é diferente do cérebro de pessoas comuns, classificam essas diferenças como déficits, ao invés de simplesmente evidências, às vezes bem sucedidas, de organização do cérebro. A ideia do Dr. Laurent Mottron não é minimizar os desafios do autismo. “Um em cada 10 autistas não consegue falar, 9 em cada 10 não têm emprego regular e 4 em cada 5 adultos autistas ainda são dependentes de seus pais”, ele lembra.
Participação
Autistas podem fazer contribuições significativas para a sociedade quando inseridas no ambiente certo. O das pesquisas é um deles. Vários autistas trabalham no laboratório de Mottron, e uma delas em particular, Michelle Dawson, já fez grandes contribuições para a compreensão da doença através do seu trabalho e discernimento. Pessoas autistas têm, frequentemente, memórias excepcionais e podem se lembrar de informações que leram semanas atrás.
Elas também são menos propensas a lembrar erroneamente de algo, o que é excelente num laboratório de ciência. Michelle, por exemplo, pode recordar instantaneamente os métodos usados para estudar a percepção do autismo quando precisa.
Uma pesquisa recente mostrou que as pessoas com autismo muitas vezes superam os outros em tarefas auditivas e visuais, e também são melhores em testes de inteligência não verbais. Em um estudo realizado por Mottron, com um teste que envolveu completar um padrão visual, pessoas com autismo terminaram 40% mais rápido do que aquelas sem a condição.
Conclusão
A deficiência intelectual é super-estimada nas pessoas com autismo, porque os pesquisadores utilizam testes inadequados. Elas são na verdade muito inteligentes. Compreender os pontos fortes do problema é importante para dar apoio àqueles com a doença. Qualquer intervenção deve visar os déficits, mas tirar vantagens sempre dos pontos fortes.